quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Elementar, meu caro.

Desde meados agosto de 2014 eu venho aprendendo e tentando aplicar na minha vida a ideia de que existe um filtro em nós, que se prestarmos bastante atenção e fizermos bom uso dele veremos as coisas e pessoas (tudo, na verdade) da maneira mais pura e verdadeira.
Uma vez decidida que eu utilizaria essa ferramenta do meu ser, tenho levado uma vida mais feliz, mais grata e mais cheia de amor para dar. Claro, algumas situações chegam a embaçar a nova lente que eu escolhi para mim, mas nada que um pouco de reflexão não devolva a claridade e nitidez das coisas.
Me cerquei de pessoas que concordavam com essa maneira de (vi)ver, estudamos toda semana e discutimos esse mundo da vida tão cheio de Mistério e Beleza, compartilhamos nossas descobertas, dúvidas e experiências. Tudo muito lindo. 
Me diz: quem não gostaria de viver uma vida assim?
Assim eu embarquei rumo a quase dois meses de férias, longe desse grupo, longe do meu sofá-cama e das minhas horas vagas de leitura com meu grifa texto em mãos, de cara com grupos e lentes que não entendem e não enxergam esse filtro. Atos de amor são vistos como obscenidades, gratidão é vista como puxação de saco e generosidade é vista como babaquice. Me diz: quem gostaria de viver uma vida assim?
Meu novo filtro não me permite viver em um mundo raso, onde o Mistério só é encontrado em templos que julgam ser "santos", onde o valor e dignidade de uma pessoa são medidos pelo que ela tem, faz ou traz de benefício para o outro, onde a Beleza e a Verdade não são buscadas a fundo em tudo que se vê, onde se descarta qualquer possibilidade de conhecimento e reconhecimento
Sim, eu sou dessas que vê pureza, beleza e dignidade em tudo e em todos. Ingênuo? Jamais. Não descarto o fato de que existem maldades no mundo, mas creio fortemente que existe muito mais por trás de tudo, seja a superfície boa ou ruim.
Estar cercada de pontos de vista diferentes do meu não me fez duvidar do que aprendi e venho praticando nos últimos meses. Muito pelo contrário... 
Ok, é um pouco frustante ter que se deparar com tantas vidas que deixam de ser vividas em sua totalidade, com a má interpretação e a dificuldade de explicar tudo isso, mas como disse Spinoza: "Sed omnia praeclara tam difficilia quam rara sunt" (mas tudo que é grande é tão difícil de se compreender quanto de se encontrar).
Que sorte a minha ter entendido e encontrado, e poder, aos poucos, ajudar para que outros entendam também :)

MORAL:
Um beijo pro Frankl, um pro Giussani, um pro Mahfoud, e mais um pro Pacheco.
Todos me ensinaram sobre Experiência Elementar, e me ajudam a ajustar o foco sempre que preciso.