sexta-feira, 6 de maio de 2011

- acho que cheguei num ponto

que eu não consigo mais focar em uma coisa só.
meu cérebro já parou de funcionar.
não consigo falar frases que façam sentido em português e muito menos em inglês.
as vezes depois que eu falo alguma coisa pra alguém durante a aula eu penso "AHHHNNN, e você ainda diz que sabe falar inglês?" (pior ainda quando eu to falando com o T.)
os problemas bobinhos de física fazem menos sentido do que antes, e o pior: nem o google me ajuda mais.
não consigo aumentar minha nota na aula de culinária e aquele C+ que eu tirei naquela prova me persegue até hoje. (tenho outra prova na segunda. tô morrendo de medo!)
esse negócio do sol nascer as 6 da manhã tá tirando meu sono já que fui abençoada com um quarto de duas janelas e não consigo dormir em ambientes claros. Acordo uma hora antes do necessário e me cubro até a cabeça pra ver se consigo me esconder da luz. needless to say que não adianta.
na escola os dias são iguais. E não é exagero. As mesmas aulas todos os dias. mesmo grupo no almoço, mesmos amigos pedindo lição, mesmo troxa tentando fazer graça e escondendo a huge insegurança que existe dentro dele, mesma felicidade e nervosismo de falar com o T, mesmas risadas besteirentas com o grupo da aula de culinária, mesma paciência com os freshmen do studyhall.Eu chego em casa e não ter nada pra fazer me consome. Eu acho que eu deveria ler a Bíblia. Eu tenho saudade do verão, quando as coisas tavam indo tao bem. Eu lia a Bíblia todos os dias e se não lia eu sentia um vazio enorme. talvez o mesmo que eu sinto agora. As aulas começaram e eu não tinha mais tempo. (sn: esse ano já li todos os livros do harry potter e pelo menos dois livros relacionados, já li dois livros pra escola, e um que é pra escola mas eu pude escolher, entao é mais por prazer do que dever.) e não é que eu não queira, mas minha negligência anda falando muito alto.
E eu que já tinha esquecido o que é largar uma vida em outro canto do mundo, começo a relembrar how it feels: caixas pra todo lado, o sentimento de não fazer mais nada com mais ninguém, já que logo eu vou embora e as coisas nunca mais vão ser do jeito que são hoje. E esse incômodo dentro de mim que não quer deixar as coisas pra trás. Não quero deixar os melhores anos da minha vida pra trás.
Eu que sentia falta de trabalhar e de ter alguma coisa pra fazer de tarde, me arrependo de ter me comprometido com um trabalho depois do primeiro dia de serviço.
Eu que já sabia o que queria fazer depois do colegial encontro dúvida. as coisas pareciam tao fáceis de serem feitas quando elas tavam longe de acontecer. agora me deparo com o medo, a insegurança e a mudança de planos.
Eu que de tanto prender pensamentos, prendi quem sou.
Eu que de tanto me conformar e ser feliz solteira, não quero me prender a mais ninguém. 
Eu que mesmo conformada e feliz e não querendo me prender a mais ninguém, me prederia ao T sem nenhuma objeção.
Me pergunto se esse não fosse o caso. Se eu não tivesse voltando pra casa, se eu não tivesse que mergulhar de cabeça no conhecido que já é desconhecido, se eu tivesse aplicado e sido aceita em alguma faculdade aqui, se eu fosse roommate da Josephine, tivesse perto dos amigos daqui, das coisas que eu conheço agora, das coisas que são confortáveis. Será que eu me sentiria melhor?
Será que eu conseguiria viver por mais tempo longe de todo mundo? será que eu conseguiria aguentar os julgamentos de alguns (poucos) dos meus amigos por ter ficado?eu acho que sim. será que eu ia me sentir culpada de ficar aqui ao invés de voltar pro grupo de jovens, pras programações de fim de semana, pros amigos de escola, pros irmãos na fé? eu acho que não.


MOMENTO DE HISTERIA:
"em paz, eu digo o que eu sou: o antigo do que vai adiante. sem mais, eu fico onde estou, prefiro continuar distante"
(Nando Reis)


.FM.